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Outros Tempos – 7
Regresso às fotos antigas e confesso que não resisti em publicar rapidamente mais este conjunto, que acaba de me chegar às mãos, uma vez mais através de Maria do Carmo Trigo, a quem agradeço a atenção e a preocupação em que estes documentos possam ser divulgados.
A maior parte destas fotos são fundamentais para se perceber melhor a evolução urbana da nossa Vila, mas como nenhuma delas tem data terei de fazer alguma pesquisa adicional para as enquadrar melhor no tempo, embora avance já a época provável em que foram tiradas. Esse trabalho fica para outra ocasião e possivelmente para outro tipo de edição. Para já ficam estas notas e o valor das imagens, que são raras e possivelmente do conhecimento de poucas pessoas.
Pelas minhas contas, estas fotos vão de finais dos anos 20 até finais dos anos 30, princípio dos anos 40 do século passado. Já veremos por que razão identifico este espaço de tempo.
Do antigo Tribunal ao edifício da Câmara Municipal
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Parte poente do antigo edifício do Tribunal e Câmara Municipal. No lado esquerdo da foto pode ver-se um dos antigos marcos de água.
Ao contrário do que se possa pensar, o edifício da Câmara Municipal (não o actual, que é a “Casa Grande”de Júlio Pereira, mas o que fica na praça do Município e é a esse que me vou referir) foi construído depois do Jardim Municipal se ter iniciado e, naturalmente, o Coreto que ali se encontra.
As datas destas obras são um assunto que vou trabalhar dentro de algum tempo, mas para já fica esta breve informação: ao contrário do que eu próprio pensei durante muito tempo, o edifício da Câmara Municipal foi praticamente construído de raiz, tendo aproveitado, quando muito, algumas paredes do edifício anterior. O estilo arquitectónico é completamente distinto e pode considerar-se o mais expressivo exemplar da arquitectura do Estado no nosso concelho, também designada por estilo “Português Suave”.
As fotos até agora conhecidas do antigo edifício que existia na praça, construído durante o século XIX, permitiam observar apenas parte da fachada principal, mas estas que agora publico mostram pormenores e, inclusive, as traseiras, sendo evidente a existência de janelas nas águas furtadas, uma característica de muitas das construções da Vila que ainda hoje se pode observar.
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O mesmo edifício, fotografado a partir da Empresa Alfandeguense. Repare-se no poste de iluminação pública, ainda antes de haver electricidade na Vila.
A praça era então um amplo largo por onde passava a única estrada que ligava a Vila ao resto do mundo! Uma estrada de “Macadame” (o nome vem do engenheiro escocês John Loudon MacAdam, que desenvolveu este tipo de piso por volta de 1820) construída na segunda metade do século XIX, no contexto das obras públicas do Fontismo, classificada então como estrada distrital e que mais tarde passaria a estrada nacional 215, designação que ainda mantêm. Ligava Alfândega da Fé a Macedo de Cavaleiros, pela Saldonha-Peredo e seguia até à Junqueira, em direcção a Moncorvo e Vila Flor.
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A foto anterior foi tirada a partir do edifício que se vê nesta. O poste de iluminação lá está, no meio da praça.
Durante muitos anos foi neste largo que se realizou a feira quinzenal que ainda hoje existe.
Este conjunto de fotos já é de início dos anos 30 do século passado pois em duas delas vê-se um marco de água (só já existe um exemplar destes) e eles foram colocados nessa época pois o projecto do abastecimento de água domiciliária e pública na Vila data de 1929. É pena que estas fotos não permitam mais ampliação (estes dois originais, em concreto, são de 5,5X4cms… e os maiores de 8X5,5cms!) mas elas revelam também um dos primeiros candeeiros de iluminação pública não eléctrica que existiram na Vila!
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Esta foto é espectacular, pois mostra vários aspectos. As traseiras do antigo edifício do Tribunal e Câmara e lá estão as janelas das águas furtadas. Arua que ligava a Vila ao Prado, hoje avenida Ricardo de Almeida, a reconstrução do muro da cortinha da Casa Grande e ainda as obras de restauro nessa casa.
O Jardim Municipal e o Coreto
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Entrada na Vila no sentido Macedo-Alfândega. Á esquerda, a zona onde hoje se encontra a casa da Cultura, ao fundo a casa da família Castro. Em frente o edifício de que vimos falando e à direita vê-se uma parte do Coreto, já concluído.
Como já referi, o início da construção do Jardim Municipal (pois levou anos até estar concluído) e a construção do Coreto foram anteriores ao novo edifício da Câmara Municipal.
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Esta foto é bastante posterior. Já se vê o novo edifício da Câmara Municipal e o Jardim Municipal tomava a forma que teve durante muitas décadas.
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A construção do Coreto! Vejam se descobrem as colunas de que falo!
Acreditem que já observei a ampliação dezenas de vezes. Não existe ali nenhuma coluna, apenas madeira de pinho. As colunas de granito foram colocadas posteriormente e este facto, na minha modesta opinião, é algo de espantoso se olharmos para os “equipamentos” que foram utilizados e a foto documenta!
A “Casa Grande” de Júlio Pereira
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A Casa Grande de Júlio Pereira. Repare-se no estado da rua que então já se chamava Camilo Mendonça e anteriormente foi a rua do Lajeado.
ALFÂNDEGA DA FÉ - RESISTIR NO NORDESTE site de Francisco José Lopes |
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